#17 - Roberto Carlos - O Inimitável (1968) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Após O inimitável (1968), Roberto Carlos só teria um
álbum de originais com título específico em 2000 – e nesse meio tempo,
foram quase trinta lançamentos. Neste memorável registro, Roberto conta com o
acompanhamento de Renato e Seus Blue Caps, do RC-7 e de Lafayette. O artista
demonstra, aqui, um passo importante em seu competente processo de migração
artística, da Jovem Guarda para a música romântica.
Eu não vou mais deixar você tão só
(de Antônio Marcos) é uma declaração imponente e dramática, e mostra que Roberto,
outrora navegando majoritariamente na superfície emocional da Jovem Guarda,
agora se encontrava diante de si mesmo, expondo todas as suas mágoas e pequenas
conquistas. A levada da Jovem Guarda também se fará presente de forma muito
orgânica em todo o registro, mas em contextos muito mais épicos, como em Ninguém
vai tirar você de mim (de Edson Ribeiro e Hélio Justo). Cabe ressaltar
algumas novidades musicais no repertório: as levadas funkeadas de Se você
pensa (de Roberto e Erasmo Carlos) e Ciúmes de você (de Luiz Ayrão)
são felizes incursões na música negra estadunidense.
A rasteira nos vem com a péssima É meu, é meu, é meu,
que é logo salva pela graciosidade de Quase fui lhe procurar (de Getúlio
Côrtes), e a emblemática Eu te amo, te amo, te amo (Roberto e Erasmo). A
sentida balada de As canções eu você fez pra mim, também da dupla,
preenche nosso coração com solidão. O artista se mostra à vontade na composição de Helena dos Santos (Nem mesmo você) e na
aristocrática parceria entre Renato Teixeira e Beto Ruschel (Madrasta).
Entretanto, sua máxima expressão é alcançada na musicalmente malvada Não há
dinheiro que pague (Renato Barros) e na terna O tempo vai apagar (parceria
de Paulo César Barros e Getúlio Côrtes).
Roberto Carlos, O Inimitável, amolecendo corações! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Clique aqui para ouvir o álbum completo no YouTube
Muito bom.
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