As 296 Melhores Músicas Brasileiras - #111 a #120





#120 Paulinho da Viola - Sinal Fechado (2007)

[texto de Dulce Colombo]

Refletindo sobre a mensagem que Sinal fechado nos traz, composta há tantos anos, posso dizer que ela me remete a uma pergunta: será que tínhamos tanta pressa naquele momento em que foi composta?

Ao mesmo tempo soa como uma canção contemporânea, que retrata de forma simples e genial o sentimento coletivo atual, e traz, ao mesmo tempo, um tom de saudade; ou seja, provoca sentimentos e reflexões que por um lado se contradizem e por outro convergem.

Verdades que só o Poeta traz?

Observação: a versão considerada nessa lista é a do álbum Acústico, de 2007.

 

#119 O Rappa - Pescador de Ilusões (1996)

Já nascida para a imortalidade na boca do povo, Pescador de ilusões é talvez a canção d’O Rappa que mais agrada a todas as tribos.

 

#118 Sá & Guarabyra - As Canções que Eu Faço (1974)

Após a saída de Zé Rodrix do supergrupo Sá, Rodrix & Guarabyra, a dupla Sá & Guarabyra continuou em grande estilo com o álbum Nunca, que abre com As canções que eu faço, uma das músicas mais épicas que já existiram.

 

#117 Chico Buarque - Angélica (1981)

Chico Buarque é um campeão de canções emblemáticas, em um diálogo muito feliz entre complexidades e apelo popular, como muito bem representado por Angélica.

 

#116 Roberto Carlos - As Curvas da Estrada de Santos (1969)

As curvas da estrada de Santos é um marco conceitual e sonoro da transição de Roberto Carlos, de um ídolo jovem a um adulto reflexivo; além disso, possui uma levada irresistível.

 

#115 Lô Borges - Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (2003)

Lô Borges foi um fenômeno da composição entre os anos 70 e 80, e ressurgiu no início do novo século com dois grandes sucessos: Dois rios, gravado pelo Skank, e Quem sabe isso quer dizer amor, gravada por Milton Nascimento em 2002 e pelo próprio Lô Borges no ano seguinte.

 

#114 Milton Nascimento - Vera Cruz (1993)

Vera Cruz foi gravada originalmente por Milton Nascimento em 1969, e regravada no álbum Angelus (1993), com um time de estrelas do jazz - Ron Carter, Jack DeJohnette, Pat Metheny, Robertinho Silva e Herbie Hancock - que proporcionaram novas cores a essa composição incrível.

 

#113 Roberto Carlos - Como Dois e Dois (1971)

[texto de Myrna Barreto]

Ah, a arte! A arte é essencialmente transgressora e não cabe somente dentro da lógica aristotélica-dualista do é ou não é. A música, por exemplo, como exercício do campo artístico, possui uma lógica própria que Roberto Carlos expressa muito felizmente na canção Como dois e dois, composta por Caetano Veloso durante seu exílio, como crítica à ditadura brasileira. Se a arte é livre, a nossa subjetividade também é, e de maneira única pode nos fazer desenvolver interpretações. Para mim, esta música retrata a matemática da arte: uma vez detentora de sua própria lógica, é capaz de somar dois e dois e resultar em cinco. Em várias passagens, temos uma terceira via como campo de resposta, por exemplo: “Digo, não digo, não ligo / Deixo no ar”; “Tudo em volta está deserto tudo certo / Tudo certo como dois e dois são cinco”; “Falo, não calo, não falo / Deixo sangrar”. Essa terceira via é o caminho daquilo que está para além do já posto, do que já foi dito e compreendido. A arte é o portal para o novo e/ou para expressão de tudo aquilo que talvez não possa ser dito às claras. Talvez em algum momento de nossas vidas precisamos calcular através desta matemática artística para o bem viver.

 

#112 Gordurinha - Súplica Cearense (1967)

A problemática da seca é tratada com sensibilidade religiosa e poética por Gordurinha em Súplica cearense.

 

#111 Jorge Ben Jor - Porque É Proibido Pisar na Grama (1971)

[texto de Larissa Fabriz]

A música Porque é proibido pisar na grama integra o álbum Negro é lindo, lançado em 1971. Ao ouvir a introdução, somos interpelados por um duplo convite que contém um paradoxo em si: parar o que estamos fazendo para um momento de contemplação que a composição merece, e refletir sobre o que é existir neste contexto em que não temos tempo para a contemplação.

A letra apresenta, de forma randomizada, questões voltadas para o campo existencial do ser humano, a expressão de desejos e aspectos ordinários da vida. A forma como as perguntas são encadeadas remete tanto à velocidade dos pensamentos quanto à necessidade de parar para pensar em cada uma delas. Vale a pena apreciar esta forma de arte em notas musicais e palavras.


Texto revisado por Myrna Barreto e Renan Simões
Crédito da Imagem: Texto em Canva

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