As 296 Melhores Músicas Brasileiras - #121 a #130
#130 João Nogueira - Do Jeito que o Rei Mandou (1974)
Samba aconchegante e
reflexivo, Do jeito que o rei mandou é puro deleite, cortesia de um dos
grandes compositores do gênero.
#129 Marina - Fullgás
(1984)
[texto de Myrna Barreto]
Ouvi pela primeira vez Fullgás,
de Marina Lima e Antônio Cícero, quando ainda era criança. Lembro de escutar
música sempre prestando muita atenção na letra, para tentar desvendar seus
mistérios. Recordo de ouvir Marina cantar “Tudo em você é Fullgás”, mas o meu
vocabulário ainda infantil e limitado traduzia em português “Tudo em você é
fugaz” - embora eu não fizesse a menor ideia do que isso queria dizer. Na
verdade, eu ainda não sabia que a grafia do título desta faixa e também o nome
do álbum de 1984 da artista é “Fullgás” e não “fugaz” e, sim, isso faz
diferença. Enquanto “fugaz” denota passageiro, efêmero, aquilo que passa rápido,
“Fullgás” se trata de uma espécie de jogo de palavras em inglês (“full” +
“gas”) que tem o sentido de cheio de gás ou cheio de energia. Todo esse
preâmbulo para dizer o quanto considero esta música o puro suco da sedução, e
por diversos motivos, mas aqui vou evocar apenas a poesia na letra, que faz
magia com o som das palavras, idiomas e sentidos, e parece mesmo não se
preocupar se a paixão é fugaz, pois o importante é que seja Fullgás; e isso não
é sobre tempo, mas sobre intensidade. E como é bom sentir, não é mesmo?
#128 Milton Nascimento
& Lô Borges - Trem de Doido (1972)
O clichê cromático
descendente da linha de baixo vira ouro em Trem de doido, um dos
diversos destaques do álbum Clube da esquina, parceria entre Milton
Nascimento, Lô Borges e o coletivo mais original e expressivo da nossa música.
#127 Roberto Carlos - Cavalgada
(1977)
Se fosse MC Gorila
cantando, Cavalgada era uma piada pronta. Como vem de Roberto Carlos, é
um hino perfeito à entrega romântica, com forte cunho sexual.
#126 Beth Carvalho - Toque
de Malícia (1984)
Fico boquiaberto toda vez
que ouço Toque de malícia, composição de Jorge Aragão, na gravação de
Beth Carvalho. Energia, criatividade e musicalidade no nível máximo.
#125 Chico Science &
Nação Zumbi - (Monólogo ao Pé do Ouvido) / Banditismo por uma Questão de
Classe (1994)
O Brasil geralmente não
brinca em serviço quando se apropria de elementos relevantes da música de
matriz inglesa/estadunidense e os ressignifica com o que há de típico da música
brasileira. Chico Science & Nação Zumbi foram talvez os últimos que conseguiram
fazer isso com propriedade e ainda emplacar seu som no imaginário popular. (Monólogo
ao pé do ouvido) / Banditismo por uma questão de classe, abertura do seu
álbum de estreia, é literalmente a porta de entrada para o universo musical do
grupo.
#124 Cassiano - A Lua e
Eu (1976)
Pedrada. A Lua e eu
é puro lamento soul; Cassiano expõe as suas vísceras diante da solidão de um
amor perdido.
#123 Legião Urbana - Ainda
É Cedo (1985)
Os integrantes do Legião
Urbana eram tecnicamente limitados, mas construíram uma sonoridade muito única
e consistente; além disso, sempre tinham muita coisa relevante para comunicar,
em letra e música. Ainda é cedo comprova o poder da banda desde o seu
primeiro registro.
#122 Maria Gadú - Dona
Cila (2009)
Não consigo me conectar com
a dimensão musical de quase nada da nova MPB dos anos 90 em diante - limitação
minha, ou preferências individuais? De toda forma, canções como Dona Cila,
de Maria Gadú são delicadas e agradáveis.
#121 Lô Borges - Canção
Postal (1972)
Em meio a diversas pílulas
de originalidade de seu álbum de estreia, Lô Borges nos traz melodias,
harmonias, vozes e arranjos bem tortos, porém admiráveis, em Canção postal.
Crédito da Imagem: Texto em Canva

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