As 296 Melhores Músicas Brasileiras - #61 a #70
#70 Egberto Gismonti - Água
e Vinho (1972)
Água e vinho, parceria entre Egberto
Gismonti e Geraldo Carneiro, é a música mais desoladora que eu já ouvi.
Não tenho ideia do que a letra significa, mas sinto uma angústia violenta ao
ouvi-la.
#69 Guilherme Arantes - Meu
Mundo e Nada Mais (1976)
Em uma ode à solitude,
Guilherme Arantes crava o seu primeiro sucesso pop com Meu mundo e nada mais;
nas décadas vindouras, o artista se consagraria como um arauto da música
popular consistente.
#68 Tom Jobim - Matita
Perê (1973)
[texto de Larissa Fabriz]
Matita Perê é uma composição que faz parte do álbum
homônimo de Tom Jobim, de 1973. Trata-se de um momento em que o compositor
rompe com os limites da Bossa Nova e mergulha em experimentações mais complexas
e sofisticadas de arranjo e orquestração, com a colaboração do maestro Claus
Ogerman. Matita Perê incorpora influências eruditas, do jazz e da música
popular brasileira, em uma canção que exige uma escuta atenta, visto que o
arranjo orquestral contribui para um clima atmosférico que sugere tanto a
grandiosidade da natureza quanto a introspecção. A presença de pausas,
variações rítmicas e camadas instrumentais reforçam a sensação de movimento e
mistério, como se o eu-lírico estivesse transitando por uma floresta fechada,
entre o real e o sonho.
O Matita Perê remete
a uma ave do sertão, mas também pode ser entendido como uma metáfora para a
solidão, a fugacidade e a busca por liberdade. Essa polissemia transforma a
canção em um espaço poético aberto, em que a natureza aparece como cenário e
personagem, o que é intensificado pelas transições de tons que vão além dos
recursos musicais.
#67 Djavan - Eu Te
Devoro (1998)
Com declarações amorosas exageradas
e sacanas, Djavan cravou um dos seus hits mais definitivos: Eu te devoro.
#66 Antonio Carlos &
Jocafi - Você Abusou (1971)
Você abusou é um samba único, com letras e música bem interessantes, e de refrão irresistível. Antonio Carlos & Jocafi
iniciaram suas carreiras em altíssimo nível, e ainda hoje produzem boa música.
#65 Tom Jobim - Lígia
(1976)
Tom Jobim soube muito bem
consubstanciar harmonias e arcos melódicos dolorosos da música de concerto
europeia com clichês jazzísticos estadunidenses e pinceladas de brasilidade, o
que fica muito evidente em Lígia.
#64 Dorival Caymmi - É
Doce Morrer no Mar (1954)
Um senhor de canções
trágicas (embora igualmente senhor de muitas canções festivas e alegres),
Dorival Caymmi nos traz um lamento sublime em É doce morrer no mar.
#63 Milton Nascimento - Certas
Canções (1982)
Composta por Milton
Nascimento e Tunai, Certas canções é bela em cada palavra e nota entoada.
O arranjo esmerado de Wagner Tiso é certeiro, e evidencia toda a energia da
composição.
#62 Skank - Dois Rios
(2003)
Dois rios é uma parceria entre Samuel
Rosa, Nando Reis e Lô Borges, e felizmente contou com as melhores qualidades
musicais de cada um dos artistas, resultando na melhor música do Skank.
#61 Chico Buarque (ft.
Telma Costa) - Eu Te Amo (1980)
Eu te amo é uma das canções mais profundas e viscerais
de Chico Buarque e Tom Jobim. O cromatismo harmônico e melódico é super
dramático, o que é ainda amplificado pelo arranjo de Jobim e pela tristeza
presente nas vozes de Chico Buarque e Telma Costa.
Texto revisado por Myrna Barreto
Crédito da Imagem: Texto em Canva

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