As 296 Melhores Músicas Brasileiras - #71 a #80
#80 Milton Nascimento &
Lô Borges (ft. Alaíde Costa) - Me Deixa em Paz (1972)
[texto de Larissa Fabriz]
Em dez versos, a canção Me
deixa em paz, interpretada em dueto entre Alaíde Costa (com poderosa voz) e
Milton Nascimento, constrói uma ambientação que sintetiza o drama sentido por
alguém que clama por um pedido de liberdade pessoal. É música que deve ser
apreciada em momento sem pressa, em função da intensa profundidade que evoca e
da experimentação musical que é tão característica do álbum.
#79 Raul Seixas - Metamorfose
Ambulante (1973)
Metamorfose ambulante, um dos clássicos de Raul
Seixas, é um tocante chamado à eterna renovação. Uma pena que muitas pessoas
que a cantam não entendem ou não praticam a sua essência.
#78 Egberto Gismonti - Lendas
(1970)
O segundo álbum de Egberto
Gismonti é um universo à parte muito especial da música brasileira. Dentre suas
pérolas, destacamos Lendas, com seu clima assombrado característico do
artista.
#77 Lulu Santos - Como
Uma Onda (Zen-Surfismo) (1983)
[texto de Roberto Oliveira]
Nascida da amizade e feliz
parceria entre Lulu Santos e Nelson Motta, Como uma onda (Zen-Surfismo)
confirma o sucesso e o talento da dupla pra compor grandes hits. Além de ter um
ritmo e arranjo capazes de causar no ouvinte a sensação de estar em uma praia
havaiana, a letra é uma ode à esperança, uma lição sobre resiliência.
Impossível não sentir um arrepio na pele quando o verso “Não adianta fugir, nem
mentir pra si mesmo agora” nos confronta e nos faz um convite à vida e ao
recomeço.
#76 Roberto Carlos - Força
Estranha (1978)
[texto de Roberto Oliveira]
Entre alguns presentes
musicais trocados entre o maior nome da Jovem Guarda e o cofundador da
Tropicália está a música Força estranha. Inspirada por uma conversa com
o rei sobre a imortalidade da arte, apesar da passagem do tempo e dos cabelos
brancos de um artista, Caetano Veloso compôs a canção e a dedicou ao amigo.
Roberto Carlos conta que Caetano “mostrou” essa música a ele por telefone, e o
rei sugeriu a expressão “no ar” para completar o verso do refrão. É uma canção
poderosa, tornando-se maior com a interpretação do rei Roberto Carlos. No fim,
quem ganhou foi a música brasileira, graças à genialidade de dois artistas,
cujas obras não envelhecem jamais.
#75 Beth Carvalho - Andança
(1969)
Antes de se tornar um ícone
do samba, Beth Carvalho transitou por canções de festival de caráter mais
introspectivo, etéreo e orquestral, o que é muito bem representado pelo repertório
do seu primeiro álbum. Andança, composição de Danilo Caymmi, Edmundo
Souto e Paulinho Tapajós, e com participação dos Golden Boys, é o destaque mais
fino dessa fase da artista. Dez anos mais tarde, a artista registraria uma segunda
versão dessa mesma canção, em levada de samba.
#74 Agostinho dos Santos - A
Felicidade (1959)
Amparado por uma orquestra
elegante e envolvente, Agostinho dos Santos canta, suavemente, um dos grandes
destaques do cancioneiro nacional, cortesia da dupla Tom Jobim e Vinicius de
Moraes.
#73 Beth Carvalho - Vou
Festejar (1978)
O complexo samba Vou
festejar, de Jorge Aragão, Dida e Neoci, toca fundo na alma com a incendiária
interpretação de Beth Carvalho e seu grupo. Aqui, a “volta por cima” é
expressada com perfeição.
#72 Jorge Ben - Magnólia
(1974)
[texto de Letícia Lemos]
Com um sussurro, Jorge Ben
(ainda sem o Jor) nos introduz à ambientação intimista e mística dessa música.
As interpretações sobre o enredo são diversas: um eu lírico descrevendo a
mulher amada como uma flor; ou - segundo as teorias mais criativas - de uma mãe
traduzindo a espera pela filha que está por nascer (o forro de veludo rosa da
nave seria uma caracterização lúdica do útero), ou ainda a vinda de uma deusa
astronauta para o planeta Terra.
Fato é que a melodia leve -
e ainda sim encorpada com violinos - evoca a beleza das coisas simples e da
vida, e por pouco mais de três minutos nos transportamos e flutuamos por uma
dimensão etérea... mas, com um novo sussurro, Jorge Ben nos acorda do sonho
cósmico.
#71 Elis Regina - Aprendendo
a Jogar (1980)
Com uma banda afiadíssima e
arranjos certeiros, Elis Regina nos prova, em Aprendendo a jogar, composição
de Guilherme Arantes, o porquê de ser uma das cantoras mais espetaculares do
mundo.
Texto revisado por Myrna Barreto
Crédito da Imagem: Texto em Canva

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