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Mostrando postagens de agosto, 2023

#12 - Baden Powell e Vinicius de Moraes - Os Afro Sambas (1966) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)

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  O álbum Os Afro Sambas (1966) traz o diálogo mais divino entre a música popular e a religiosidade afro-brasileira. Baden Powell e Vinicius de Moraes uniram forças em oito composições extraordinariamente originais e atemporais, em um registro que conta com produção e direção artística de Roberto Quartin e Wadi Gebara, arranjos e regência de César Guerra-Peixe, vozes do Quarteto e Cy e Dulce Nunes, e ótimos instrumentistas, com destaque para o naipe de percussionistas. Curiosamente, o álbum foi gravado em apenas quatro dias. O coro de Canto de Ossanha é desafinado para nossos ouvidos, acostumado que estamos com a música comercial (da grande mídia e mesmo de mídias alternativas), com tudo bem calculado para um resultado tecnicamente correto. Neste registro, os artistas optaram, intencionalmente, por incluir músicos amadores no coro, a fim de obter uma maior organicidade no resultado sonoro final. Para quem frequenta umbanda e candomblé, ou ouve gravações dessas linhas religiosas, sabe

#13 - Marco Antônio Araújo - Lucas (1984) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)

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  Marco Antônio Araújo gravou quatro álbuns entre 1981 e 1984, um por ano, e nos deixou prematuramente em 1986. Lucas (1984) foi seu último álbum, um dos seus melhores, e apresenta novamente seus felizes diálogos entre o rock progressivo, música de concerto e músicas populares brasileiras. Participam desse disco Marco Antônio Araújo (violões), Alexandre Araújo (guitarra), Eduardo Delgado (flauta), Jaques Morelembaum (violoncelo), José Marcos Teixeira (sintetizadores), Max Magalhães (piano), Ivan Correa (contrabaixo) e Lincoln Cheib (bateria). Lembranças , longa e cheia de reviravoltas, ocupa todo o lado A do LP. Temas radiantes alternam-se entre si, com solos dos músicos em um discurso deslumbrante, unificado, cheio de altos e baixos dinâmicos e texturais . No plano geral, esta música consiste em um grande crescendo e um grande decrescendo, construídos por nuances de menor escala, que proporcionam diversas sensações de clímax e anticlímax. Cada nota tocada é de importância fundamental

#14 - Renato e Seus Blue Caps - Um Embalo com Renato e Seus Blue Caps (1966) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)

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  Um embalo com Renato e Seus Blue Caps (1966) é nossa coletânea definitiva de canções de rock (e se trata de um álbum de originais!). Renato e Paulo César Barros, Cid Chaves, Tony Pinheiro e Carlinhos, com participação especial de Lafayette e produção de Evandro Ribeiro, construíram um documento musical sólido e maduro que resistiu à passagem do tempo. As versões dos Beatles, como sempre, são primorosas: Até o fim (versão por Lilian Knapp), Gosto de você (por Paulo César) e Dona do meu coração (por Renato Barros). Há também versões esmeradas dos Gants ( Meu bem não me quer , por Renato), Hollies ( Pra você não sou ninguém , por Paulo César), Mamas & Papas ( Não te esquecerei , por Lilian Knapp) e Yardbirds ( Vivo só , por Paulo César), que consistem em alguns dos melhores momentos do rock. Além dessas sete versões – que não só alcançam, como muitas vezes ultrapassam o encanto dos originais – o grupo também nos apresenta maravilhosas músicas autorais. A valiosíssima Sim, sou fe

#15 - Gimu - Of the Spirit, of the Space (2015) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)

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  Gimu não é deste mundo, e Of the spirit, of the space (2015) é seu tratado cósmico definitivo, composto, produzido, gravado e mixado pelo artista. O álbum contou com a masterização de Morgan Nicolaysen, com a fascinante arte de Robin Snasen Rengård, e foi lançado pela norueguesa UAE Records. Hidden in darkness é o ponto de encontro entre uma estação ferroviária dos anos 50 e uma viagem à Lua. Após encantadores texturas típicas do artista, nos é apresentado um nobre frenesi slowcore. A empoeirada Some seconds into the past é uma tentativa frustrada de voltar no tempo, mesmo que alguns segundos, para modificar o que foi feito; a esperança, entretanto, se faz presente através de sons sustentados e paradisíacos. Os timbres confusos de Never seen never known são maus presságios de desastres no espaço; a qualquer momento, algo pode danificar a nave. O centro do álbum traz momentos míticos, como o amargurado fundo do poço de Photosensitive . In a frenzy , o single do álbum, representa p