#15 - Gimu - Of the Spirit, of the Space (2015) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Gimu não é
deste mundo, e Of the spirit, of the space (2015) é seu tratado cósmico definitivo,
composto, produzido, gravado e mixado pelo artista. O álbum contou com a
masterização de Morgan Nicolaysen, com a fascinante arte de Robin Snasen
Rengård, e foi lançado pela norueguesa UAE Records.
Hidden in
darkness é o ponto
de encontro entre uma estação ferroviária dos anos 50 e uma viagem à Lua. Após
encantadores texturas típicas do artista, nos é apresentado um nobre frenesi
slowcore. A empoeirada Some seconds into the past é uma tentativa
frustrada de voltar no tempo, mesmo que alguns segundos, para modificar o que
foi feito; a esperança, entretanto, se faz presente através de sons sustentados
e paradisíacos. Os timbres confusos de Never seen never known são maus
presságios de desastres no espaço; a qualquer momento, algo pode danificar a
nave.
O centro do
álbum traz momentos míticos, como o amargurado fundo do poço de Photosensitive.
In a frenzy, o single do álbum, representa paragens inacreditáveis:
nossos olhos veem, mas nosso cérebro não processa; enxergamos e ouvimos tudo,
mas não entendemos nada. A imprevisível intensificação percussiva nos
impulsiona a uma quase inatingível sensação de liberdade, na qual todos
conseguimos nos reconhecer como irmãos. A meditativa Trickling thru’ the
clouds prepara terreno para a grandiosa finalização de Hidden in light
que, em aparente contraposição à abertura, Hidden in darkness, nos
oferece um certo bálsamo de esperança. O beat que aparece após metade da música
evoca um DJ Shadow do quarto milênio, já muito cansado da humanidade. Elementos
e texturas lutam até o fim, quando vencidos pelo silêncio ruidoso e granuloso
de uma transmissão para sempre perdida.
Gimu, Of the Spirit, of the Space, as diversas energias do universo em um único álbum! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Clique aqui para ouvir o álbum completo no YouTube
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