Tudo o que eu tenho a dizer (sobre Música)

  #90 Luiz Gonzaga Jr. - Com a Perna no Mundo (1978) [texto de Dulcimar Maria Colombo Pepino] O conhecimento e admiração por essa música veio por meio do músico Horácio Simões Neto, meu cunhado, que nos envolvia no mundo musical e nas rodas de samba nos anos 80. Me identifico fortemente com o compositor, que foi criado por D. Dina, para a qual direciona o verso “Diz lá pra Dina que eu volto / Que o seu guri não fugiu”, o que corresponde à minha realidade, recém saída da minha cidade natal para morar na capital, em busca de uma vida melhor. Este foi o motivo pelo qual me sentia imediatamente tocada e emocionada a cada vez que ouvia e cantava essa música. Quando queríamos que nosso querido Horácio executasse essa música ao violão para cantarmos, pedíamos: “Toca o samba da Dina!”. Assim, Com a perna no mundo fez e ainda faz parte das memórias afetivas mais bem guardadas da minha história.   #89 Legião Urbana - Tempo Perdido (1986) Com uma atemporalidade memorável, Tempo perdid...

    #100 Caetano Veloso - It’s a Long Way (1972) É muito agradável inaugurar as 100 primeiras músicas dessa lista com um dos destaques do álbum mais icônico de Caetano Veloso - este, um mestre em produzir álbuns icônicos. It’s a long way é pura repetição mântrica, organicidade entre os músicos e referencialidades a um Brasil genuíno.   #99 Fagner - As Rosas Não Falam (1978) O hino As rosas não falam , composição de Cartola, foi gravado de forma brilhante por alguns artistas; Fagner a gravou em 1978, demonstrando musicalmente todo o desespero presente na letra.   #98 Caetano Veloso - Vuelvo al Sur (1994) [texto de Larissa Fabriz] Vuelvo al Sur  é uma canção composta por Astor Piazzola, para servir de trilha sonora ao filme Sur , e evoca o sentimento de reconexão com a terra natal e espaço de memória. O contexto tem forte relação com as ditaduras latino-americanas, em especial com o exílio. Ou seja, voltar ao sul é reencontrar a pátria ferida, como um ato polí...

    #110 Gilberto Gil - Maracatu Atômico (1973) Na segunda das duas versões de Maracatu atômico, do álbum Cidade do Salvador, Gilberto Gil demonstra toda sua proficiência interpretativa; a composição, de Nelson Jacobina e Jorge Mautner, é repleta de jogos de palavras, caminhos musicais agradáveis, ginga e apelo popular.   #109 Sílvio Caldas - Chão de Estrelas (1951) Esta gravação de Chão de estrelas , realizada em 1951 por Sílvio Caldas, contém um arranjo musical que sublinha toda a inventividade e dramaticidade da letra, nesta que é uma das representantes mais especiais do nosso cancioneiro. Sílvio Caldas - Chão de Estrelas   #108 Cartola - Sim (1974) O ambiente simples e caseiro do primeiro álbum de Cartola possui uma aura mística, muito disso por conta da densidade musical e lírica de composições como Sim .   #107 Jacob do Bandolim & Época de Ouro - Ingênuo (1967) Composta por Pixinguinha e Benedito Lacerda, o incrível choro Ingênuo recebe sua versã...

#120 Paulinho da Viola - Sinal Fechado (2007) [texto de Dulce Colombo] Refletindo sobre a mensagem que Sinal fechado nos traz, composta há tantos anos, posso dizer que ela me remete a uma pergunta: será que tínhamos tanta pressa naquele momento em que foi composta? Ao mesmo tempo soa como uma canção contemporânea, que retrata de forma simples e genial o sentimento coletivo atual, e traz, ao mesmo tempo, um tom de saudade; ou seja, provoca sentimentos e reflexões que por um lado se contradizem e por outro convergem. Verdades que só o Poeta traz? Observação: a versão considerada nessa lista é a do álbum Acústico , de 2007.   #119 O Rappa - Pescador de Ilusões (1996) Já nascida para a imortalidade na boca do povo, Pescador de ilusões é talvez a canção d’O Rappa que mais agrada a todas as tribos.   #118 Sá & Guarabyra - As Canções que Eu Faço (1974) Após a saída de Zé Rodrix do supergrupo Sá, Rodrix & Guarabyra, a dupla Sá & Guarabyra continuou em grande estilo com...

    #130 João Nogueira - Do Jeito que o Rei Mandou (1974) Samba aconchegante e reflexivo, Do jeito que o rei mandou é puro deleite, cortesia de um dos grandes compositores do gênero.   #129 Marina - Fullgás (1984) [texto de Myrna Barreto] Ouvi pela primeira vez Fullgás , de Marina Lima e Antônio Cícero, quando ainda era criança. Lembro de escutar música sempre prestando muita atenção na letra, para tentar desvendar seus mistérios. Recordo de ouvir Marina cantar “Tudo em você é Fullgás”, mas o meu vocabulário ainda infantil e limitado traduzia em português “Tudo em você é fugaz” - embora eu não fizesse a menor ideia do que isso queria dizer. Na verdade, eu ainda não sabia que a grafia do título desta faixa e também o nome do álbum de 1984 da artista é “Fullgás” e não “fugaz” e, sim, isso faz diferença. Enquanto “fugaz” denota passageiro, efêmero, aquilo que passa rápido, “Fullgás” se trata de uma espécie de jogo de palavras em inglês (“ full ” + “ gas ”) que tem...