#107 – Os Lobos – Miragem (1971) – Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Ignorem o pastiche de charlestone americano da abertura de Seu Lobo: Miragem, lançado em 1971 é muito bem acabado e criativo, desde sua capa emblemática às tocantes canções. Neste registro, Os Lobos são Cristina Tucunduva e Antônio Quintella nos vocais, Cássio Tucunduva na guitarra e vocais, Fred Vasconcelos nos teclados, Roberto [?] no baixo e vocais e Luiz [?] na bateria.
Outro Luiz, o Luiz Carlos Sá, assina duas grandes composições: a nostalgia psicodélica de Santa Teresa – uma grande favorita minha – e a esquisitice exagerada, mas necessária, de Homem de Neanderthal, cujo refrão parece fazer par com o de Meu amor por Cristina, de João Luiz Negri e Tomaz Lima. A encantadora Avenida Central, de Paulinho Machado, contrasta com os ares psicodélicos mais tradicionais da faixa-título, composta por Antônio Cláudio, Cássio e Fred.
Ainda que com material bem próximo ao que foi utilizado em Seu Lobo e You (ambas ruins para o meu gosto), a banda consegue alcançar resultados satisfatórios com Carro branco, de Paulinho Machado, e Pasta dental sabor chicletes, de Dalto e Cláudio,. Como centro espiritual do álbum, Dorotéia, de Paulinho Machado e João Luiz Negri, encanta através de uma viagem sideral e bizarra, que sintetiza todos os campos musicais pelos quais o grupo passeia. Sim, se trata de uma transcendental canção de amor para um robô.
Os Lobos, Miragem, uma feliz amálgama dos anos 60 no alvorecer dos anos 70! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
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Observações: as quatro últimas faixas são bônus, não constam no álbum original; a qualidade do som não é boa, mesmo nessa versão digital oficial, provavelmente devido ao processo de digitalização.
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