#38 – Gimu – Alien Ancestry (2013) – Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Alien ancestry é o melhor dentre os oito álbuns que Gimu lançou em 2013, e um dos favoritos do próprio artista. Como característica de boa parte de sua obra, o registro conta com texturas siderais e títulos engenhosos, que só reforçam a aura mágica de Gimu. Do início ao fim, há apenas bons momentos.
O sutil e granuloso ambiente de The day the last myth decayed inicia o discurso de forma discrete, e a beleza de Transformed by the turmoil nos deixa sem gravidade. Labyrinthine, com sua levada techno quase oculta, ecoa GAS, projeto de Wolfgang Voigt, e nos apresenta um universo distópico, como se Vangelis estivesse produzindo música no século XXV. Impenetrable é outro grande feito, ótima trilha para uma abdução alienígena. O registro é todo perfeição, e conta também com as instigantes On the plateau, the sky at night, The stopped clock, The arms of endurance e The echoes of what it once was.
Por não conseguir traduzir melhor a experiência da escuta em palavras, finalizo com trechos do texto de Joshua Saddler sobre o album, que consta no Bandcamp da gravadora Subterranean Tide: “Drones densamente postos em camadas e texturas crepitantes sugerem um mundo desolado e varrido pelo vento, há muito abandonado aos elementos. Enquanto nuvens pesadas e sombrias rolam para longe dos céus de ferro, coros cheios de estática cantam hinos tristes de lembrança. / Estrelas que queimam ferozmente e luzes do norte tocam a majestade escura dos céus, acompanhadas por sintetizadores pulsantes e vozes alienígenas misteriosas e mudas. Marés implacáveis de instrumentos espumantes e sibilantes batem intermitentemente contra penhascos decadentes, depois desaparecem relutantemente; ecos dissonantes do que uma vez foi e pode ser novamente.”
Gimu, Alien Ancestry, o espaço sideral dentro da mente! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
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