#46 – Gimu – Senses (2017) – Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Senses é o penúltimo dos 53 álbuns de Gimu entre 2011 e 2017; após isso, de 2018 a 2020, seriam lançados “apenas” dois por ano. Todavia, bem longe de demonstrar um esgotamento criativo, Senses nos apresenta um artista renovado e incansável, que nos brinda com músicas revigorantes. Lançado pela Unknown Tone Records, o registro conta com a masterização de Rafael Anton Irisarri e arte de Jeremy Luther.
A sugestiva Worlds within worlds já nos engole emocionalmente, mas é no aterrorizante sample vocal e ambiência de Bygones que somos arrebatados para um universo desconhecido, porém próximo. O clima inicial é desolador, mas aos poucos dá espaço a uma visão do paraíso. O piano distorcido de Light lilac é um chamado para a morte; esta efetivamente nos visita apenas uma vez, nesta vida material, mas pode nos aterrorizar continuamente se permitirmos. A economia de materiais é primorosa, e o discurso nos conduz, sem esforço, a locais inimagináveis. Primitive eye desemboca em Purer sem aviso prévio; essas duas podem até não chegar à altura das faixas iniciais, mas Senses encerra o registro com ruídos necessários das profundezas do ser.
Finalizo com dois trechos do texto de apresentação do álbum no Bandcamp, aos quais não ouso acrescentar mais nada: (1) a música de Gimu é “fantasticamente sombria, uma experiência imersiva em um espaço fortemente inundado por tons de dark ambient”; (2) “quando você ouve Gimu, certamente perde, mas ao mesmo tempo descobre uma parte sua escondida na música dele, que nem você mesmo era capaz de perceber que estava lá”.
Gimu, Senses, o autodescobrimento através dos sons! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Gimu – Senses (Bandcamp da Unknown Tone Records)
Gimu – Senses (Bandcamp do artista)
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