#49 – Cadu Tenório – Vozes (2014) – Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Grande figura da música experimental da atualidade, Cadu Tenório se apresenta, em sua página do Bandcamp, como um artista/músico da post-internet. Com diversos lançamentos, projetos e parcerias, Tenório transita com naturalidade entre o que há de mais cristalino e de mais ruidoso, a serviço do que parece ser uma paranoia do ser transposta em som. Em Vozes (2014), o artista explora algo que seria cada vez mais comum em sua expressão musical: as vozes geradas pelo Google Tradutor.
Fragmentos, a faixa de abertura, e uma das melhores criações do artista, nos hipnotiza com seu discurso minimalista, em um grande e imperceptível crescendo que faz nosso coração bater cada vez mais rápido – ainda mais quando já conhecemos o que acontece na seção final da faixa. Procissão consegue ser ainda mais aterrorizante, nos apresentando breves e inesquecíveis seções final e inicial, com um grosso recheio de textura estática que nos leva ao nirvana.
Em Lamento, Tenório atinge o ápice da economia de materiais na primeira seção; esta é interrompida por um sample das trevas, que se mantém presente por um bom tempo; ao final, presenciamos a tranquilidade de um único som sustentado. O único porém do registro é a quarta e última faixa, Bebê, um encerramento bem fraco para um registro consistente como esse; seu motivo musical inicial é belo, mas o desenvolvimento como composição realmente não funciona.
Cadu Tenório, Vozes, a expressão do que ocultamos e do que nos é oculto! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
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