#95 – Mount Hibiki – La Brume Azur (2017) – Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
La brume azur. Névoa azul. Título mais que adequado. O álbum mais silencioso e delicado dessa lista. Uma produção de Cesar Alexandre, mais conhecido pelos seus projetos Lindsheaven Virtual Plaza e Mount Shrine, e tragicamente falecido em decorrência da Covid-19 em 2021. Os três lançamentos de Mount Hibiki, inclusive, encontram-se na página do Bandcamp do Mount Shrine, o que atesta que são projetos irmãos. La brume azur é a primeira parte do álbum duplo Absent Mist, e foi incluído na lista The Best New Ambient Music on Bandcamp, January 2018.
A desoladora sequência harmônica de Azur, faixa de abertura, apresenta-se sob uma diversidade de formas, embora todas assemelhadas, dando-nos igualmente uma impressão de constante mudança e de tenebrosa estaticidade. No contexto, a chuva que cai ao fundo pode até parecer um corpo sendo cremado, em um solene ritual pós-morte.
Absent sens divide-se em duas partes: a primeira, de cristalina sequência harmônica inicial, vai se transformando em ecos e desenvolvimentos que se atropelam e se fragmentam; na segunda, o caráter textural se sobrepõe à harmonia; assim, somos transportados, mas sem saber para onde. Fortress mist, em três partes, mantém as ambiguidades e sobreposições harmônicas e texturais exploradas nas faixas anteriores, embora em um contexto mais introspectivo – não só pelo material musical em si, mas também pelo tempo que já estamos expostos ao universo sônico do artista. Altamente indicado para atingir o sono profundo.
Mount Hibiki, La Brume Azur, sutilezas sonoras enevoadas! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Clique aqui para ouvir o álbum completo no YouTube
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