Breves reflexões musicais [1 de 3] – A expansão de elementos convencionais na música: cinco exemplos
Esta breve lista de indicações, para audição e reflexão, é constituída por cinco faixas que exemplificam a expansão de elementos convencionais na música popular. Essas expansões, quando replicadas de forma continuada, podem alicerçar novas convenções musicais. Neste ciclo de transformações e rupturas com o convencional, as expansões podem inclusive abarcar retornos a convenções anteriores, bem como novos diálogos entre convenções existentes.
My old man (1971), de Joni Mitchell, é uma canção que, embora fundamentada por elementos musicais convencionais, apresenta diferentes e geniais trajetórias harmônicas e melódicas.
Acostumados que estamos às formas mais
tradicionais de canção, corremos o risco de desconsiderar/estranhar toda uma
infinidade de transformações que estas possam sofrer. E quando o refrão é
dispensável? E quando não é necessário utilizar muitas palavras? E quando o
protagonismo instrumental é tão ou mais importante que a própria letra da
música na transmissão de uma mensagem? É disso que trata Choveu (1977),
de Beto Guedes e Ronaldo Bastos.
Para além dos formatos de canção, as possibilidades musicais crescem exponencialmente. Chegamos inclusive a formas musicais – e gêneros inteiros – que evidenciam certos elementos outrora secundários. Na música eletrônica, por exemplo, podemos observar breves progressões harmônicas, células rítmicas e samples de músicas existentes como grandes protagonistas do discurso musical, como em Xtal (1992), de Aphex Twin.
O convencional pode também ser expandido pelo
diálogo entre diversos universos sonoros já consolidados, como Rahul dev Burman
na música tema de Shalimar (1975), uma mescla de trilha sonora de
ação/suspense com música indiana, jazz, percussão afro-latina e escalas
orientais.
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