Tudo o que eu tenho a dizer (sobre Música) – Parte 5

 


Temos artistas favoritos? Nós realmente gostamos de todos os álbuns de nossos artistas favoritos? De todas as músicas? Por que nos apegamos a gêneros musicais? Por que queremos nos reafirmar como ouvintes deste ou daquele gênero? Nós realmente gostamos do que escolhemos para ouvir? Ou estamos nos enganando dia após dia?

Gêneros musicais nada mais são do que molduras de elementos musicais e conceituais. Os artistas por sua vez, podem tanto se enquadrar confortavelmente nas fronteiras mais tradicionais de um dado gênero, quanto expandir essa fronteira; ou mesmo dialogar, com muita propriedade, entre gêneros diversos.

Quando escolhemos ouvir um gênero musical, ou um artista, estamos nos conectando com possibilidades específicas da expressão criativa, a partir dos elementos musicais e conceituais que este nos oferece. Estamos escolhendo, além de uma visão de mundo, uma “audição de mundo”.


Quanto mais ouvimos nossas músicas, álbuns, artistas e gêneros favoritos, mais familiarizados e confortáveis ficamos com estes, mais nos sentimos “em casa”. Isto é muito bom, enquanto construção da nossa individualidade, mas pode ser algo limitador, quando não nos oportunizamos ouvir centenas, milhares de outras músicas que poderiam integrar a trilha sonora de nossas vidas.

Longe de ser um discurso paranoico, acredito que devemos problematizar sobre o que ouvimos e aprender a pesquisar música, a fim de crescermos culturalmente e espiritualmente como seres humanos, melhorando nosso rendimento em todas as esferas da vida, nos motivando cada vez mais.


Texto revisado por Sabrina Souza
Crédito da Imagem: "Tudo o que eu tenho a dizer" - Pintura de Sabrina Souza
Publicado originalmente no Caderno de Cultura da Pressenza International Press Agency em 11/04/2021

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