#11 - Moacir Santos - Coisas (1965) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)

 


Este é o grande álbum do jazz mundial, a definitiva consubstanciação entre música africana e jazz, em sua forma mais pura, direta e poética. Moacir Santos nos apresenta dez temas de sua autoria, intitulados Coisas, numerados de 1 a 10, mas apresentados fora de ordem; metade dos temas são em parceria, com Mario Telles, Regina Werneck e Clóvis Mello. A produção é de Roberto Quartin; a direção artística, de Wadi Gerbara Netto; os esplêndidos músicos esbanjam proficiência, leveza e beleza sonora.

A mescla de ritmos do candomblé com jazz e blues estadunidenses de Coisa nº 4 é a convocação para que nos embrenhemos neste microcosmo do artista. A tropical Coisa nº 10 nos apresenta polirritmias discretas e levadas africanas, em um ensolarado contexto bossa-novístico. Coisa nº 5 é uma extraordinária marcha militar de um Stravinsky negro; este tema, infelizmente, foi também maculado com uma letra fraca, o que gerou diversas gravações sem sal.

A incrível ilusão auditiva do ritmo da Coisa nº 3 serve como introdução às geniais Coisa nº 2, perfeição de tema e arranjo, e o suprassumo da expressão humana de Coisa nº 9. Coisa nº 3 nos prepara para as três Coisas finais que, embora em terrenos mais seguros e consolidados da música instrumental, mantêm a força do álbum.

Moacir Santos, Coisas, a grande figura do jazz afro-brasileiro e mundial! Ouça, desfrute, reflita, repasse:

Clique aqui para ouvir o álbum completo no YouTube



Texto revisado por Sabrina Souza
Crédito da Imagem: Moacir Santos - Coisas (1965) – Fonte: Goma Gringa
Publicado também no Caderno de Cultura da Pressenza International Press Agency

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