#8 - Jaime Alem e Nair de Cândia - Amanheceremos (1979) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Amanheceremos (1979),
de Jaime Alem e Nair de Cândia, é um feito sem igual. Não é todo dia que
encontramos um álbum tão superior quanto esse, em relação a composições,
arranjos, letras, conceito, título, arte e formato. Jaime Alem assina onze
composições (e uma parceria) e os arranjos de onze das doze músicas. As letras
são altamente politizadas, porém com um sublime verniz poético. Para finalizar,
o álbum foi lançado em um formato não usual: um LP tradicional de 12”
adicionado de um compacto de 7”.
Tesouros de Cezar
possui um arranjo impecável, e demonstra o poder de Jaime e Nair como
intérpretes vocais. As coisas se intensificam na igualmente extraordinária
faixa-título, onde Luiz Gonzaga Jr. se junta à dupla para engrandecer ainda
mais o registro. O potencial artístico de Nair de Cândia chega ao ápice nos
solos de Didática e Olho de vidro; o mesmo em relação a Jaime
Alem em Recriação, com surpreendente acompanhamento ao piano de Jota
Moraes.
A quase gaúcha O verbo querer
e o choro sertanejo de Jacupiranga são agradáveis, mas não geniais; Santo
falso é absolutamente original e atemporal; Passará é um feliz
diálogo entre tradição e renovação, onde os dois extremos se apresentam de
forma bem patente. O canto dos homens, com sua levada firme e dramática
melodia, finaliza o LP de 12” de forma reluzente, e prepara terreno para mais
duas surpresas, presentes no compacto de 7”, que também integra o álbum. A
primeira, Cinzel de ouro, uma rica modernização do samba; e a segunda, Matos
e minas, com um quê de melodia infantil que ecoa ao longo de um intrincado
porém sempre acessível percurso melódico.
Jaime Alem e Nair de Cândia, Amanheceremos,
a glória da canção brasileira! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
Clique aqui para ouvir o álbum completo no YouTube
Comentários
Postar um comentário