#3 - Gimu - Pain, Exposed (2011) - Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020)
Existem
músicas que adentram os portais de nossa alma de tal forma que atuam como
curandeiras, médicas, psicólogas, educadoras físicas e guias religiosas, tudo
ao mesmo tempo. São músicas que parecem reverberar em cada célula do nosso
corpo, eliminando todo e qualquer traço de desequilíbrio e proporcionando mais
fé na humanidade e no futuro. São músicas que nos confortam, que resetam nossa
mente, e que nos proporcionam um estado de verdadeira harmonia mental e
espiritual.
É desse tipo
de música que precisamos para sermos mais gratos, resignados e plenos, mas
também firmes em nossos propósitos. É esse o tipo de música que Gimu produziu
em Pain, exposed (2011), cuja dor exposta do título carrega em si uma
esperança de resolução. O album, com menos de 29 minutos de duração, é dividido
em três partes fascinantes, todas com texturas desgastadas pelo tempo. A
poética musical de Gimu é estática e profunda, e trilha com bastante
originalidade um caminho aberto por William Basinski, grande influência do
artista.
Acredito que
alguns ouvintes desaprovarão este álbum, por não perceberem muita coisa além de
samples breves que se repetem com pouca ou nenhuma alteração. Goste ou não, de
uma coisa tenho certeza: se existe algum som na transição entre a vida e a
morte, este é por certo parecido com essas faixas.
Gimu, Pain, Exposed, o êxtase musical da dor exposta! Ouça, desfrute, reflita, repasse:
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