As 296 Melhores Músicas Brasileiras - #261 a #270
#270 Alessandra Leão - Awa
Aabo / Vou Levar Flores / Pontos para Iemanjá (2019)
Alessandra Leão lançou o
incrível Macumbas e catimbós em 2019, abarcando a religiosidade
afro-brasileira de uma forma bastante autêntica e raiz. Com a participação de
Lia de Itamaracá, Awa aabo / Vou levar flores / Pontos para Iemanjá é um
dos pontos altos do registro. Se você se deixar levar um pouco mais da conta,
dá pra incorporar fácil.
#269 Renato e Seus Blue Caps - Como Há Dez Anos Atrás (1976)
Com a introdução surrupiada
de What you’re doing, dos Beatles, Como há dez anos atrás
apresenta uma banda que vê o tempo se esvair pelas suas mãos, em plena crise de
meia idade. Não dava pra ninguém suspeitar que eles ainda teriam uma trajetória
de 20 anos de trabalhos inéditos, e que em 2025 ainda estariam realizando
diversos shows, mesmo que com apenas um integrante da fase clássica do grupo -
Cid Chaves, que se uniu ao Renato e Seus Blue Caps em 1964.
#268 Liverpool - Que Mania (1969)
Por favor, sucesso, do Liverpool, é um dos
discos mais únicos e originais da música brasileira. Com diversas viradas
musicais inusitadas e vocais gaguejados, Que mania é pura diversão.
#267 Ronnie Von - Imagem (1970)
O disco Minha máquina
voadora possui três hinos da psicodelia brasileira. Imagem é um
desses, que me arrepia da cabeça aos pés.
#266 Jaime Alem e Nair de Cândia - Olho de Vidro (1979)
Olho de vidro é uma aula de interpretação, composição e
arranjo. Nair de Cândia expõe suas vísceras de forma desesperada, envolta por
possibilidades sonoras criativas que reforçam seu apelo por liberdade.
#265 Jaime Alem e Nair de Cândia - Amanheceremos (1979)
A faixa-título de Amanheceremos,
que conta com a participação de Gonzaguinha, é ainda mais intensa em relação a
tudo o que apontei sobre Olho de vidro - posição 266 dessa lista. As
dolorosas cordas friccionadas, junto ao piano, deixam as coisas ainda mais
depressivas.
#264 Alumiário - Saturnina (2019)
Alumiário foi uma banda de
rock instrumental a qual eu tive a felicidade de assistir a um ensaio e a um
show. Um de seus integrantes foi Caio Talmag, um amigo-influencer - foi ele
quem me apresentou o vaporwave! - e colaborador dessa lista na segunda fase, de
avaliação por notas. O EP Herança dos sonhos perdidos é inaugurado por Saturnina,
que apresenta um felicíssimo diálogo entre post-rock e alguns clichês da música
brega. Ao final, há ainda espaço para sintetizadores atmosféricos.
#263 Renato e Seus Blue Caps - Sou Apenas Alguém (1981)
Woman in love é talvez a canção mais bonita de Barbra
Streisand. Entretanto, optarei sempre pela versão Sou apenas alguém, de
Renato e Seus Blue Caps, uma verdadeira consubstanciação da tragédia amorosa. Embora
o álbum de 1981 seja o último do grupo pela CBS, este se despediu em altíssimo
nível, apresentando diversas canções de qualidade, como esta pérola.
#262 Plutão Já Foi Planeta - Estrondo (2018)
Mesmo com um pé atrás para
ouvir artistas do indie nacional, fundamentado por uma infinidade de
experiências negativas diante dos “grandes nomes” desse cenário, sempre me
permito curtir sonoridades muito bem colocadas, como as de Estrondo, da
banda potiguar Plutão Já Foi Planeta.
#261 Os Brasas - Beija-Me Agora (1968)
O único álbum d’Os Brasas é
um dos recortes mais felizes da Jovem Guarda, que neste momento encontrava-se
em franco declínio, com seus artistas ampliando seus horizontes musicais e
seguindo caminhos diversos. Beija-me agora é uma declaração sentida e
ingênua, envolta em sonoridades reflexivas.
Texto revisado por Gisele Guion
Crédito da Imagem: Texto em Canva
Publicado também no Caderno de Cultura da Pressenza International Press Agency
Comentários
Postar um comentário